A nomeação de Gabriel Galípolo, um dos atuais diretores do Bacen, levanta discussões sobre a continuidade do controle inflacionário e a independência da instituição frente às pressões governamentais.
Neste contexto, as expectativas giram em torno de como Galípolo conduzirá o Banco Central em um cenário de incertezas econômicas e desafios fiscais.

Chegamos a um novo ciclo, e não me refiro apenas à alta da taxa de juros (Selic), mas a uma mudança de grande relevância que vem sendo discutida desde o último governo.
Durante a pandemia, o Banco Central do Brasil assumiu um papel de protagonista no controle da inflação, agindo de forma rápida com sucessivas elevações de juros, enquanto outros países aguardavam os efeitos. Isso evitou uma catástrofe de aumento de preços ainda mais acentuada, como aconteceu nos Estados Unidos.
Nesse cenário, o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou-se a ponto de ser premiado internacionalmente como o melhor presidente de um banco central. No entanto, seu mandato está chegando ao fim, e com um novo governo, era esperado que outro nome fosse indicado para o cargo. Assim, surgiu Gabriel Galípolo.
Anunciado recentemente pelo Presidente da República, Galípolo, que atualmente é um dos diretores do Banco Central, ainda precisa passar por uma sabatina no Senado para assumir a presidência do Bacen em janeiro de 2025.
Sua indicação foi bem recebida pelo mercado, pois, em suas declarações, ele tem reforçado a importância da independência nas decisões, contrariando a expectativa de que poderia ser influenciado pelas vontades do governo, especialmente no que diz respeito à redução de juros.
Essa autonomia foi evidenciada em sua fala recente, afirmando que elevará a taxa de juros (Selic) se necessário, uma postura contrária à do presidente Lula, que buscava uma queda dos juros, mesmo com a possibilidade de uma inflação futura. Em agosto, Galípolo afirmou: "Banqueiro que tem medo de subir juros é como um médico que tem medo de sangue".
Com um currículo sólido, Galípolo é Mestre em Ciências Econômicas e em Economia Política pela PUC, além de ter sido presidente do Banco Fator e professor universitário por muitos anos. Sua trajetória traz a tranquilidade que o mercado busca, especialmente em um momento de transição tão importante.
A nova decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em aumentar em 0,25% a taxa de juros do Brasil, é mais um sinal de que Galípolo está verdadeiramente comprometido com o controle da inflação, sem ceder a pressões políticas. Vamos seguir acompanhando os próximos desdobramentos dessa importante mudança na presidência do Banco Central.
Assim, o futuro da política monetária do Brasil parece estar em boas mãos, com Gabriel Galípolo trazendo consigo a promessa de continuidade no combate à inflação, uma postura técnica e a confiança do mercado.
À medida que avançamos para essa nova fase, a expectativa é que ele mantenha a solidez necessária para lidar com os desafios que surgirem, mantendo a estabilidade econômica e a independência da instituição.

Patric Prevedello
Assessor de investimentos
Head de Fundos de Investimentos na GB investimentos.
Certificado Ancord e CPA 20 Ambima.
Graduado em Administração com MBA executivo em negócios.
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